terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Balanço do Ano de 2010

Antes de mais desejamos um Bom Ano de 2011 a todos os visitantes do nosso blog.

Estreamos o nosso blog fazendo um balanço do ano 2010 ao nível político.

Com a entrada do novo ano que se antevê ser de extrema dificuldade para toda a população, com maior incidência nas camadas mais baixas com os cortes nos benefícios fiscais e os aumentos nos impostos além dos cortes salariais, achámos por bem fazer uma pequena retrospectiva de como foi o ano 2010 a nível politico e os principais acontecimentos que farão este ano ficar para a história nacional, e, nalguns casos até mundial.
Num ano tão agitado, quer ao nível político quer económico e social, destacámos estes acontecimentos politicos como os mais marcantes e importantes do ano transacto:



Face Oculta – Escutas que abalaram o País (envolvimento de José Sócrates) – uma investigação aos negócios de um sucateiro, Manuel Godinho, desembocou num inédito despacho judicial: nunca antes um primeiro-ministro fora indiciado pela suspeita de um crime. Também o ex-ministro Armando Vara, então gestor do BCP e amigo de José Sócrates foi constituído arguido. Este caso deu origem, devido à pressão por parte de responsáveis políticos, à nomeação de uma comissão parlamentar de inquérito ao denominado caso PT/TVI.


Legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo – Sendo o número de países muito reduzido, mesmo a nível mundial, que permite o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, a Assembleia da República aprovou em 2010, e sob forte contestação dos partidos de direita e da população mais conservadora, o diploma que permite o casamento entre homossexuais. Ao contrário de todas as expectativas geradas inclusivamente pela ainda recente visita papal, o diploma foi promulgado pelo Presidente da República, cuja decisão sofreu forte contestação por parte da Igreja e de elementos que o apoiam e defendem as suas ideias.


Negócio da Vivo – Após prolongadas negociações, accionistas e administradores da PT e Governo cederam na venda da brasileira Vivo à Telefònica. O uso da Golden Share por parte do Estado, numa primeira fase das negociações, suscitou algumas críticas por parte da oposição política. No entanto a PT além do dinheiro que arrecadou continuou o seu projecto no Brasil através da entrada na Oi. A antecipação da tributação dos dividendos por parte da PT, como forma de se isentar de impostos, dominou boa parte do debate político no final do ano de 2010.


Orçamento de Estado de 2011 – Pressionado pela União Europeia, que exige a diminuição do défice e da despesa, o Governo Português viu-se forçado a tomar medidas de austeridade (chamadas também de PEC 3) que diminuíssem os gastos do Estado e aumentassem a receita evitando dessa forma a bancarrota (como já havia acontecido na Grécia). Na tentativa de acalmar os mercados e de fazer baixar os juros da dívida externa o Governo, após negociações com o maior partido da oposição – PSD – viabilizou o Orçamento de Estado de 2011 sob forte contestação social e política. Consideradas por muitos as medidas mais duras de sempre, contam-se entre elas a redução do salário dos funcionários públicos que recebem mais de 1500 euros brutos por mês, o aumento de impostos (subida de 2% do IVA) e a redução dos apoios fiscais, como o abono de família. No entanto, o fantasma da entrada do FMI continua a assombrar os governantes e parte da população.


Greve geral – «um dia inédito» – já não se via nada assim desde 1988: há 22 anos que não havia uma greve geral, no nosso país, com a participação conjunta da CGTP e da UGT. As medidas de austeridade envolvendo o corte de salários na Função Pública e o aumento do IVA ditaram o entendimento entre os líderes das duas centrais sindicais, que contabilizaram no final do dia 24 de Novembro cerca de 3 milhões de trabalhadores que tinham aderido à greve. No entanto, a Greve Geral não chegou para demover o Governo de avançar com o pacote destinado a baixar o défice público.


Cimeira da Nato – Após a euforia da vitória no Concelho de Segurança da ONU, aí estava a cimeira da NATO onde desfilaram individualidades de mais de 60 delegações que no dia 19 e 20 de Novembro discutiram o futuro da Aliança, com a aprovação de um novo conceito estratégico, em que a Nato deixa de ser uma organização regional e se assume como potência global. Além disso, esteve em cima da mesa o futuro do Afeganistão e ainda houve tempo para uma aproximação histórica à Rússia, integrando-a na arquitectura de segurança euro-atlântica.


Campanha para as eleições presidenciais – com as eleições presidenciais a 23 de Janeiro de 2011, os candidatos empenham-se nas respectivas campanhas sendo de destacar o número bastante elevado de candidaturas de esquerda e a vitória quase garantida de Cavaco Silva à primeira volta, cuja confiança se alicerça nas sondagens deveras animadoras e no facto de nunca um Presidente da República que se tenha candidatado a um segundo mandato ter perdido as eleições. No entanto Manuel Alegre, apoiado pelo PS e BE, continua na luta e na esperança que a esquerda se una em torno dele.


Com o balanço de um ano de 2010 bastante negativo, pelo menos a nível político, económico e social, e que trará consequências para os próximos tempos, é de esperar um ano de 2011 complicado e de grande esforço por parte dos portugueses.

1 comentário:

  1. É um tema bastante interessante. O blog está muito bom. Boa sorte e continuem o bom trabalho

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